Bicho estranho sou eu, sonhador abobado das inúmeras formas e meios de conhecer e amar neste habitat lodoso que, sob um tapete banhado a ouro, reluz um brilho-fosco-encarniçado chamado mercado.
Ao dardo de que se ocupa o atleta em suas horas de academia, o viciado em seus cigarros, a puta em seus dotes e o jogador em seu vídeo-game, acrescento o meu que, mais que um dardo, é uma lança que me leva junto no prazer de buscar o conhecimento ou, pelo menos, os ambientes propícios a isso, nos quais me sinto bem. Não estou me julgando conhecedor de nada, apenas amante do processo de busca do conhecimento. O objetivo de todo dardo é alcançar um alvo. Desde que o alvo do mercado se tornou o único, nunca mais na história da humanidade foi possível ser feliz.
Minha estupefação ganha esses tons dramáticos porque hoje é menos possível gostar de estudar do que o era há duas décadas, quando nasci. Atualmente, é mais fácil esse povo que se orgulha de dizer que algo é "científico" se acomodar com os usuários de crack na rua do que aceitar que alguém goste de estudar e não quer, em medida alguma, competir com eles por mais dinheiro. Ainda que fosse um vício, cada louco tem sua mania, não é?
"O que é mais rentável para o mercado" é meu único anticritério na escolha dos caminhos a seguir. Mesmo quando elejo estudar durante a vida inteira, me obrigam a reescrever dizendo que vou "seguir carreira acadêmica e vou ter que me enquadrar ao sistema problemático das universidades". Uma pausa: Cara pálida, tudo é sistêmico e todos convivem nessa abóboda que construímos, mas cada um pode e deve ver o mundo mais alegremente e menos pragmaticamente. Ou morrer. Não há nada entre oito e oitenta que não seja número quebrado ou chutado.
Amo descobrir as inúmeras formas de relacionamento que levam ao conhecimento e, quando plausível, confrontá-las ou uni-las é meu hobbie em plenitude. Ideias da filosofia, da religião, do saber popular, da ciência positivista, da fenomenologia, da dialética e da puta que o pariu... tudo me interessa e não adianta querer me fragmentar para poder me engolir com mais facilidade.
E, por fim, ressalto que vejo tudo isso exatamente assim e priorizo, ante qualquer repudiosa exigência de mercado, lidar com meus anseios acadêmicos e profissionais sendo feliz sempre em vínculo, mimadamente, com minha família, meus amigos e os grupos com os quais me identifico. Se não gostou, é minha vez de ser hipócrita e dizer: vá pastar na roça das idiossincrasias capitalistas, vai... Esse dardo envenenado é o único que quereria lançar no alvo do mercado.
Escrever é a forma que tenho de latir e morder |
Minha estupefação ganha esses tons dramáticos porque hoje é menos possível gostar de estudar do que o era há duas décadas, quando nasci. Atualmente, é mais fácil esse povo que se orgulha de dizer que algo é "científico" se acomodar com os usuários de crack na rua do que aceitar que alguém goste de estudar e não quer, em medida alguma, competir com eles por mais dinheiro. Ainda que fosse um vício, cada louco tem sua mania, não é?
Quando você desmamar da sua imbecil ideologia, te escuto as ponderações |
Amo descobrir as inúmeras formas de relacionamento que levam ao conhecimento e, quando plausível, confrontá-las ou uni-las é meu hobbie em plenitude. Ideias da filosofia, da religião, do saber popular, da ciência positivista, da fenomenologia, da dialética e da puta que o pariu... tudo me interessa e não adianta querer me fragmentar para poder me engolir com mais facilidade.
E, por fim, ressalto que vejo tudo isso exatamente assim e priorizo, ante qualquer repudiosa exigência de mercado, lidar com meus anseios acadêmicos e profissionais sendo feliz sempre em vínculo, mimadamente, com minha família, meus amigos e os grupos com os quais me identifico. Se não gostou, é minha vez de ser hipócrita e dizer: vá pastar na roça das idiossincrasias capitalistas, vai... Esse dardo envenenado é o único que quereria lançar no alvo do mercado.
Fiu fiu! Arrazando como sempre. Adorei as reflexões.
ResponderExcluirVc é raro: jovem e gosta de estudar.
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