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Mostrando postagens de julho, 2011

EPIFANIA: prólogo e epílogo

"Qual o sentido da vida, João?" - Para além da próloga identificação com meu nome repetido nesta frase que epiloga o vídeo promo do curta metragem Epifania , urge brilhantemente um sentimento daqueles que não se explica a não ser por meio de um arrepio forte no ápice de velozes reflexões. A proposta dos diretores Marco Ferreira ( @marcoferreirah ) e Ronaldo Moura ( @ronaldoahmoura ) flui tão bem que me fez criticar a obra antes mesmo de conhecê-la. Apenas pela forte sutileza do vídeo promo . Subtitulado pelo maltratoso questionamento "Qual o sentido da vida?", o curta empolga de cara pela irretocável fotografia. Alan Foster, Larissa Alves, Fred Policarpo, Deusimar Gonzaga e Marina Carrijo mandam bem na atuação e aparentam exata modelação ao enquadramento propositalmente inseguro da câmera. A trilha sonora com a música tema "Meu bem" gruda numa proposta de melodrama inteligente, que obriga fugidia emoção. A tonalidade clara mesclada à sutileza da fotog

Lembro-me da rosa

por JD. Me rendi a melosas palavras de romance sem entrelinhas ou ironia, desta vez. Para não parecer não ser eu o escrevente, permaneci com meu desleixo habitual em relação à estrutura da poesia. É sempre mais um desabafo que um cântico. Fiz a grande viagem pro lado de cá, querida, fiz curta viagem. Lembro de nossa flor: Uma rosa vermelha tão fria quanto quente. No banco, naquela praça, nosso romance. Eu e você segurando firmes o caule da rosa, que afinal você tragou lindamente, cor e forma em ares de odor visível. Segurei tão forte e emocionado que sob minhas mãos descobri espinhos. A você, por bem, meu bem, só coube o odor, o perfume da rosa do nosso amor. Os espinhos vim nessa viagem retirá-los, arrancá-los. Por amor, com seu amor, me ajude, assista e ampare. Na viagem um dia nos reencontraremos para enfim o final feliz. Parta daí. Espero aqui. Caminho praí. Se os espinhos da flor são, agora, os últimos resquícios seus, eu quero os espinhos. Aperto a

O corvo diz nunca mais

publicado originalmente no Jornal Araguaia, 2011/1. Ícone mundial do mau agouro, o corvo vem de longe. De 1845. Quando nem mídia existia. Ele vem atazanar o século XXI com sua famosíssima elocução transcrita por Edgar Allan Poe: “Disse o corvo, ‘Nunca mais’.” Clamores pretéritos não encorajam a juventude que só ouviu o corvo. Os jovens dos anos 60, velhos de hoje em dia, nos dizem: Não há nem sinal das frases de outrora, a juventude morreu! Isolados em qualquer boate, os tatuados e os roqueiros não gritam mais o hino pinkfloydiano , Another brick in the wall . Ah, esses roqueiros de hoje em dia curtem frases curtas, ritmos mansinhos... E repetem “Que você me adora e que me acha foda”, como grito de guerra. Tem base? De que nos valeu a Diretas Já nos anos 80 ou a Eco 92 e o Protocolo de Kioto ? Afinal, hoje o mundo explode em corrupção e desmatamento e os jovens não estão nem ai. Ouvi dizer que existe o Coletivo Jovem de Meio Ambiente, mas para eles a saída é educação ambiental. Que

Voos mal ilustrados da seleção brasileira

Eu que nunca comento futebol até agora e nem sou da era Pelé , oferto agora sincero reconhecimento à origem da paixão nacional e critico veemente o produto atual dessa veneração brasileira pelo futebol. Não entendeu nada ainda, né? Pois é... Você, assim como eu, deve se orgulhar pelo alto escalão da seleção brasileira no mundo (título de pentacampeão mundial ). Ok. Se você, também como eu, nasceu na última década do segundo milênio, deve se perguntar como o Brasil chegou a esse título, afinal nestes últimos anos só vimos fetiches de treinadores da seleção sendo executados em campo. Neste dia 03 de julho, o Brasil jogou contra a Venezuela, sob o comando do técnico Mano Menezes (sendo ‘testado’ no cargo agora). Resultado? Você sabe... 0 x 0 . Frustração, né? Nem tanto se formos analisar que isso sempre foi assim. Sempre VIRGULA! O Brasil merece toda excelência com base no seu período de ouro: a era Pelé (1956-1971). Do pentacampeonato, três títulos foram só nesta quinzena. E nos outr