Hoje, não relutei ao
escrever o banal. O diário de outrora (este blog) é, agora, uma
página quase profissional. Ual! Mas... isso não é bom. Esta
postagem visa ressuscitar o que eu quero dizer em detrimento do que
eu quero que os outros leiam de mim. Cuidar de mim não é cuidar da
minha imagem.
Os sabidos aconselham
que eu não escreva esse tipo de coisa aqui para que não corra o
risco de ser mal interpretado por quem me emprega ou quem poderia um
dia me empregar. Me avaliariam mal, como uma pessoa frágil e,
portanto, um profissional falho (potencial atributo de todo ser
humano, diga-se de passagem). Mas, na verdade, me considero dizendo o
que eles gostariam de dizer e recalcam.
Quando você cresce,
dizem, é necessário saber o que diz. Quando você cresce, não
dizem, é necessário esquecer o que você queria ser. Sua profissão
deve ser aquela que o mercado precisa. Afinal, você só tem que
ganhar dinheiro e, depois, morrer para dar lucro às funerárias. Não se preocupe, não dói. Garanto que dói mais em você que em mim.
Abdicar do evento da
década, soltar o osso da liderança estudantil, se ferir menos por
conta do deselogio mal intencionado do chefe, dormir em algumas
noites e partir para os rocks em outras, deixar a barba crescer para
ver se cresce, cuidar da saúde enquanto ainda tem, pensar em si
mesmo antes de ser corrompido pela indústria social ou pela
oposição. São coisas que estou fazendo neste momento. Isso é
cuidar de mim. Clichê. Mas é. Melhor, afinal, ser clichê que não
ser por conta dos outros.
Que mensagem de
autoafirmação! – já pensaram. Eu pude perceber, no entanto, que
não é possível cuidar de mim sem cuidar do mundo, da sociedade, do
meu quarto, do meu cabelo, da minha escova, da escova de quem eu
amo... E mais: que isso é perfeita e extremamente conciliável.
Basta não viciar em cuidar do mundo. Basta reconhecer o mundo em
você. Cuidar de mim é a melhor forma de cuidar do mundo que cuida
de mim.
que legal! também adoro falar o que estou pensando e ja levei muita "ré" por isso. dá nada. parabéns pela escolha! abraço.
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