Resenha elaborada para a disciplina de Webjornalismo II na Faculdade Araguaia.
Com esse puta título mal elaborado, o assunto até poderia ser mais uma narrativa sobre dois amigos de infância que se encontraram no coral da igreja e foram tocar Milionário e José Rico num bar da esquina de Goiás. Aposto que também poderia se referir a um valoroso mito do axé da Bahia.
Martin e Eduardo. Apesar de ser uma dupla com nome combinadinho e que veio da Bahia, não... não é axé, nem sertanejo. Rock é o que o guitarrista e o baterista da Pitty dizem fazer neste, que é o projeto paralelo no qual Martin assume o vocal.
Bem que as letras de ressaca de desempregado notadas em faixas como Passa em volta e Strange Days lembram as dores de corno da maioria das duplas sertanejas. Como os músicos renegam o axé baiano desde sua ascendência na carreira, não sobrou nenhum acorde que incite o desimprovisado ‘tira o pé do chão e grita’ para comparar.
Se não fosse projeto paralelo, provavelmente, esse som não duraria no mercado. Nem a conta do estúdio seria paga. É rock de dissidentes do mercado... Não é som de punk, nem de metaleiro, nem de emo... Não tem nicho. Mas fazem shows.
Riffs ordenados na partitura e caóticos na combinação melodiosa. Odiosa sinfonia. Coisa chata de se ouvir para quem não tem paciência para ser paciente. Mais do que na música de Pitty, Martin e Eduardo apresentam o trabalho com a identidade do rock baiano contemporâneo.
Seus apadrinhados do Vivendo do Ócio seguem a mesma afinação. As temáticas de amor velho e acabado, emprego velho e acabado, calça velha e acabada, enfim, tudo no mormaço total, coincidem e passam a criar seu público. Quando se tem público, tem ideologia. Então, tem identidade e pronto. E é nova. E é sucesso que ninguém conhece. Talvez só os fãs de Pitty.
Os três clipes da dupla são de boa qualidade, simplistas, mas artísticos. O mundo precisa de novas duplas do sucesso que fazem arte. E, vez ou outra, surge uma em cada esquina. “Se vai sentir, amarre os pés, cabeça e o coração”, comandam Martin e Eduardo na incerteza característica dessa amostra de pós-modernidade, na qual todos sabem tudo sem saber o que querem. Ou seja, servem, psicologicamente, aos anseios atuais. Música de escutar a letra.
Roqueiro da terra do axé com nome de dupla sertaneja também não é muito bom de cálculo. No single do seu único álbum, “Dezenove vezes amor”, há 23 repetições do clichezão do amor sem suas rimas. “Foi embora, apague a luz e um beijo meu amor”.
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