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Voos mal ilustrados da seleção brasileira

Eu que nunca comento futebol até agora e nem sou da era Pelé, oferto agora sincero reconhecimento à origem da paixão nacional e critico veemente o produto atual dessa veneração brasileira pelo futebol. Não entendeu nada ainda, né? Pois é...

Você, assim como eu, deve se orgulhar pelo alto escalão da seleção brasileira no mundo (título de pentacampeão mundial). Ok. Se você, também como eu, nasceu na última década do segundo milênio, deve se perguntar como o Brasil chegou a esse título, afinal nestes últimos anos só vimos fetiches de treinadores da seleção sendo executados em campo.

Neste dia 03 de julho, o Brasil jogou contra a Venezuela, sob o comando do técnico Mano Menezes (sendo ‘testado’ no cargo agora). Resultado? Você sabe... 0 x 0. Frustração, né? Nem tanto se formos analisar que isso sempre foi assim.

Sempre VIRGULA! O Brasil merece toda excelência com base no seu período de ouro: a era Pelé (1956-1971). Do pentacampeonato, três títulos foram só nesta quinzena. E nos outros últimos 40 anos, sobraram essas 2 últimas conquistas... bem suadas.

Esse período de ouro da seleção brasileira foi de grandes transformações históricas no Brasil, como um todo. República nova, regime militar... é (aula de história fica pra depois). Além do contexto social mudando, foi a época de surgimento da Rede Globo, quando surge, no Brasil, o GRANDE ESPETÁCULO DA MÍDIA que, como definido espontaneamente no Twitter pelo colega de faculdade, Rodrigo Lagoa (@RLagoa – indicadíssimo seguir pra quem curte papear sobre futebol): “Televisão tem 100 canais e um controle remoto, simples assim...”.

Desde então, só pudemos conviver com o comentário de que o Brasil é melhor do mundo... na prática, é porque ainda não deu tempo de afagar toda honra da era Pelé. A história hoje, graças à homogenia televisiva da Globo, é lançar moda de cabelo e “jogadorzin novim e bunitim”, espetacularizando jogadores, enriquecendo o mercado “profissional” mais promissor do mundo: o futebol no Brasil. De novo, futebol VIRGULA. São astros de TV forjando um futebol. Vide inúmeras campanhas publicitárias que estes protagonizam, antes mesmo de atuar na seleção. Puro mercado. Vergonha para os jogadores da era de ouro que sustentam até hoje a honraria do futebol brasileiro. Precisaram suar e fazer muuuitos gols para fazer o nome. Hoje, qualquer Neymar faz um penteado “original” e feio – diga-se de passagem; mesmo sem fazer um gol pela seleção e já tem honraria total no país do futebol.

Além de Neymar, Pato e Ganso – duas aves, para simbolizar os voos mal ilustrados da seleção. Se os voos fossem só esses... mas o povo brasileiro também viaja. Viaja muito nesses voos com nuvens nubladas que dizem quão “bão” é o futebol brasileiro.

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