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Disgrael - Um espirro de literatura dark.

Loucura indecentemente próxima – a três passos ou menos. Isso me excita e me aflige. Me agrada e me dói. Me entende e destrói.
Personagens fictícios se fazem reais em mim e se justificam por A mais B que estão certos e que o que eu sou é eles.
Revela-se o sangue pingando da agrura de ver torcidas as atrofias de corpos sutis e desfiados; Destilados a partir de bolhas sacrais e tais quais.
A culpa é minha, eu sei por que eles me dizem; eu estou a um passo da loucura. Eram três, mas dois foram-se agora. 1- Decidi dizer que é isso mesmo; 2- Escrevi. O terceiro passo é você quem dá. Me chame de louco e eu serei.
Disgrael, meu nome é este mesmo. Não tem motivo, mas é a minha cara, pois lembra desgraça.
Cada gole desta bebida me mata mais. Uma morte rápida para os prazeres e lenta para as dores. Se a pinga fosse ao menos amarga, nem precisava ser doce. Preciso de sentidos. Sentimentos. De pessoas por mim. Mas elas são desprezíveis e eu sou o único diferente, o único melhor. O único que não aceita ser só uma massa de gente modelada para o sistema, para os olhares e preceitos.
Meu nome é Disgrael. Disgrael pô! E eu pensando em te falar da minha angústia. Como vi que não vai querer me entender, não vou nem começar. Você já chora com meu epílogo.

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