Zero hora: o momento da renovação do dia. Quem não está dormindo neste horário, sabe que as CONVERSAS DA MEIA NOITE são impactantes e reveladoras. É isso o que você verá por aqui.
Tudo que era para hoje e não ficou pronto (coisas do trabalho, da escola, dos relacionamentos) se resolve na meia noite (ou não). Na passagem de um dia a outro, quando não se sabe bem o que é ontem, hoje ou amanhã.
A nova série do Descaradamasio, “CONVERSAS DA MEIA NOITE” (que se inicia agora) terá entrevistas ocasionais feitas à zero hora do dia. A ideia surgiu do nada numa conversa com a Brunna Duarte (ela não sabia disso), simplesmente porque comentou: "... são conversas da meia noite".
Os convidados para as entrevistas... Não são convidados. São acasos da meia-noite. A meta é conversar esporadicamente durante no máximo 15 minutos. E assim será.
Para abrir a série, entrevisto um novo amigo (esta foi nossa primeira conversa, realizada por meio do Messenger).
“Sou um projeto de jornalista”, diz Yago Sales
Perfil
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Yago Sales, futuro jornalista. Futuro? |
Yago Sales, 16 anos, reside em Goiânia e é editor e autor do blog Acesso Livre, articulista do jornal Diário da Manhã e aspirante a jornalista. Nas palavras do próprio, “projeto de jornalista”.
Jornalista Descaradamasio (JD): Meia noite - O que isso te lembra?
Yago Sales (YS): Hora de ir para cama!
JD: Como você se vê daqui 5 ou 10 anos?
YS: “Un periodista, coresponsal de Brasil, en algun pais de La América Latina” (risos) – Ser um correspondente internacional não é sonho, é meta!
JD: Você já publicou vários artigos e tem vários seguidores. Você se considera uma mini celebridade ou, ao menos uma pessoa popular?
YS: Considero-me popular, mas não sou.
JD: De onde vem seu engajamento pelo jornalismo?
YS: Das dificuldades do povo.
JD: Alguma referência familiar?
YS: Meu avô. Ele era pedreiro. Trabalhador que, quando vivo, participava do grupo que trabalha, trabalha e paga imposto mais caro e o mais mal distribuído do planeta. Eu me revolto com isso. Ele queria que eu fosse repórter, eu não gostava, mas hoje sou muitíssimo feliz com isso.
JD: Qual foi seu primeiro artigo? Lembra?
YS: Sim. O primeiro foi em julho de 2009, quando o teto da escola em que eu estudava desabou.
JD: Você é amigo virtual do René Silva, adolescente que se destacou por noticiar, em primeira mão, tudo que ocorria no Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, pelo jornal independente Voz da Comunidade. Como vocês se conheceram?
YS: Estava na casa da minha avó assistindo o jornal da Band. Era páscoa de 2009. O cara era personagem de uma reportagem, pois conseguira doar ovos de páscoa para o pessoal. Mas o que me chamou a atenção foi o fato do garoto ser um mini jornalista. Hoje chamo de projeto de jornalista. Escrevi o nome dele na minha camiseta branca do colégio, porque não achei papel e corri para lan house para procurar algo sobre ele. Vi o vídeo da reportagem, fui ao Orkut e o encontrei, adicionei e mais tarde começamos a nos comunicar por MSN. A amizade perdura até hoje. Só quando passou a ser celebridade, devido à falta de tempo, conversamos menos. Mas sempre que temos tempo, conversamos. Agora mesmo estou conversando com ele.
JD: Você é o René de Goiás?
YS: Não. Sou o Yago de Goiás.
JD: Quem é Yago de Goiás?
YS: Um projeto de jornalista. Um cara que sonha em sair pelo mundo e, primeiramente, pela cidade e estado, mostrando as dificuldades e as conquistas do povo.
JD: Isso me lembrou um discurso político. Certa vez, escutei que “os jornalistas podem informar, os atores podem vivenciar, mas só os políticos podem mudar. Concorda? Por quê? Você pensa em carreira política?
YS: Sim. Se as coisas não melhorarem, terei que colocar meu nariz neste meio. No entanto, só entrarei na área política para vivenciar e saber como tudo funciona de fato. Vou fazer de tudo para não me corromper e depois escrevo como é. Sei lá.
JD: Você não se acha muito novo para tanta preocupação com o meio social?
YS: Não. Se levasse em conta minha idade, seria um adolescente que só viveria nas baladas, em torcidas organizadas e muitos outros lugares.
JD: Tempo esgotado. Finaliza a entrevista com uma frase que te represente.
YS: “Câmera na mão e uma ideia da cabeça” – Glauber Rocha.
Utilidade pública
Falando em Câmera na mão, o Yago Sales lançou a campanha “Nova companheira para o Yago”. Não é nada disso que você está pensando. A nova companheira é uma câmera nova, visto que a sua primeira, doado por uma tia, estragou após algum tempo de uso e cerca de 25 reportagens feitas.
Você pode doar com o valor que puder. Mais informações sobre a campanha e o trabalho deste jovem repórter: http://liberdadedeacesso.blogspot.com/.
Que mundo pequeno...!
ResponderExcluirVocê é realmente surpreendente, Sr. Descaradamásio! Algumas palavras soltas e você já me aparece com uma ideia super bacana, que em instantes já não é ideia, é fato postado e consumado, de layout novo e tudo mais.
Gostei de tudo. Da escolha do entrevistado, da entrevista, das conversas da meia noite.
Parabéns, mais uma vez! :)
Muito legal, parabéns!
ResponderExcluirEstou aguardando ansioso pelas próximas entrevistas.