No centro da sociedade pós-moderna, a comunicação (BAUMAN). No mais simples conceito comunicacional, podendo esquecer até mesmo elementos básicos da semiologia, é possível definir o que é a comunicação no cenário atual. É tão sutil, talvez simples, que chega a ser demasiadamente complexo. Afinal, alguém acha fácil fazer coisas sutis? A cereja do bolo nunca pode ser colocada a força.
Entende-se por conteúdo, o que contém ou é contido. A palavra forma vem do latim e significa aspecto, aparência, molde.
Conteúdo, para ser contido, tem que “estar” em algum lugar. Este lugar é a forma, que moldará o conteúdo.
Quase nos deparamos com o caos do batido e falacioso dilema do nascimento do ovo e da galinha. Quem nasce primeiro? Forma ou Conteúdo?
O trans entra em ação e inibe nossas reflexões insólitas. A transversalidade entre conteúdo e forma os fazem irmãos siameses, diferentes, às vezes colocados em posições antagônicas, mas são inseparáveis e qualquer cirurgia pode ser desastrosa.
Exemplificando
Deixando de teorizar para colocar na prática, fazendo analogias, pensemos numa empresa que diz que seus salários são acima da média de mercado. Isso é o discurso, a forma e, que não pode deixar de ser conteúdo, mas para fins práticos, pode.
O conteúdo mesmo é o salário. Mas o salário é a metade do valor pago na outra empresa.
Mas o funcionário se sente satisfeito no meio social, com seu meio salário, pois, comandada articulada pela comunicação, a sociedade sabe ou conhece o discurso da empresa que paga meio salário. Mas o discurso diz que é o dobro.
Discurso passa, na prática, a ser conteúdo. Tanto é conteúdo que tem efeitos colaterais: mudará o discurso (conteúdo e forma) da empresa concorrente que não ficará no prejuízo de imagem; trará status à empresa e ao funcionário do discurso do salário dobrado, mesmo que, no fundo (no conteúdo), haja uma grande mentira. Tanto vai caminhar que o discurso vira forma, e até o salário aumenta de verdade.
Nesta bagunça imensidão de conteúdos, formas e contextos (ai eu já começaria a partir para mais um elemento semiótico), o que nos resta, para não cansar, é concluir que o Comunicador na atualidade é multifunção e transdisciplinar, para perpassar todos estes conceitos caminhando velozmente para a cultura da convergência, que converge a comunicação em forma e conteúdo.
Né?!
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