Queria crescer, aos sete ter vinte e um. Materialista, engordei de sorvete na exata mediana adolescência. Lembro até de quando começava meu blog, outro que é o mesmo.
Eu escrevia assim desse jeito: infantilmente eu. Do jeito que todo mundo acha que não é. Coisa de quem não se importava com o olhar repressor do leitor. Uma estética do oprimido.
Espiritualista, eu começava a compor o céu com média unidade. Lembro de esperar um presente aos dezoito: uma caixa com controle de um botão: 'virar adulto'. E veio antes do esperado! Não li o manual que dizia: 'só funciona dentro dessa caixa'.
Menti feio e hoje meto o freio. As mais rupestres estradas têm retorno, mesmo que não sinalizado. Longa dista com distraída direção cansa. Muito. Afinal, acelerar ou pausar são instintos desgovernados para entender a Amy Winehouse.
Aval meu que, nos tribunais surdos d'o que vão pensar de mim', o direito de ser nada já tem estatuto aprovado, e é o som que toca aqui neste momento. É como está.
Grogue depois da rinha, registro uma nota aqui outra lá abaixo da média. É o risco que garante a vida no monitor de controle cardíaco. Engulo seco para enganar a digestão com pouco suco gástrico. Vou tomar banho com o morcego de Augusto dos Anjos.
- Voltei. Ah sim, o retorno: Fastfood durante o dia e à noite garrafadas de água na geladeira, é a vida alimentar de quem corridamente mora sozinho na capital. Pouco tempo atrás, comecei a cuidar da nutrição. Perdi dez quilos de massa gorda. Agora, fartos alimentos calóricos retornaram à dieta. Engordei de novo só para desfazer o engodo.
Releio minha biografia musical, ouço abominações de outrora até escutar Temporal, com a qual Pitty me salvou: ou me desvirtuou de vez. Revejo Dragonball, jogo Yu-gi-oh!, passo o olho em cartinhas de amor guardadas, revisito desejos, namoro com emoção de adolescente espinhento e bobo. A cabeça coça e os livros acabam. Compro todos. Sem rabiscar não leio. É o Próprio do Michel Serres.
De manhã, eu sou peça dos tempos modernos. Depois do almoço, eu sou operário da pós-modernidade com lustres do iluminismo. De noite, sou reles desejo de sapo: meter a língua na moscaiada morta sem buscar motivo.
O retorno: vivenciar. Sem pular. Ou com pulos... de criança que falava sério. Freud sabe das coisas, alguns monstros não estão de baixo da cama. A civilização participa de suas peças-de-quebra-cabeça.
Escrevia assim, querendo conhecer Guimarães Rosa para lhe entregar a flor que plantarei um dia. Mas só me contaram que ia cair no vestibular. O ópio de pós-escrituras ressurge salmoura da vida.
Já que retornando, aos vinte e dois, um ano depois de aprender a brincar e sentir aqueles sete, desculpe o incômodo, vou me civilizar fora da sua terra e não volto. Só vou: pelo retorno. Até logo.
Caro amigo
ResponderExcluirLer palavras que nos toquem
o coração,
é como chegar as estrelas
nos braços da luz.
Que haja sempre em ti,
tempo para estar a sós contigo
para ouvir a música do teu coração...