Um mito. Mito vivo, como diria Mircea Eliade. Mas isso não basta. Este dossiê prevê documentar indícios sérios sobre o que é e o que quer este professor. Ele é louco? Ele ensina? Ele está brincando? Ele dá medo? Qual é a dele? Afinal - a princípio - quem é o professor Minuzzi?
Tomo 1 - Do caso
Veio doutor de Porto Alegre para Goiânia; Marcus é cientista da comunicação, professor na Faculdade Sul-Americana, poeta e artista do Coletivo de Arte "A Negra Ama Jesus"; casado, pai de três filhos. Atualmente, empreende na cultura gastronômica local junto à esposa Sílvia Goulart, com o restaurante Terra Santa.
O caso é que por onde passa o professor arrebanha adeptos e até mesmo fãs por conta de sua metodologia de ensino principalmente. Metodologia que tem pouca receptividade nas universidades, gerando atritos e acusações: ele é louco, não ensina, está só brincando ou dá medo.
Ele foi meu orientador e o autor que eu mais pesquisei enquanto produzia minha monografia, agora concluída.
Tomo 2 - Do Katira Shake e das aulas shows
Da versão norte-americana Harlem Shake, o professor criou o desafio antropofágico "Katira Shake" na Faculdade Araguaia, com alunos de diversos períodos e cursos. Ele estava brincando? Deixando de ensinar? Apesar do pouco que se pode entrever, que é um trabalho sobre miscigenação cultural afrontando a rede com o poder da identidade, a resposta para as duas questões é positiva. Assim como uma criança ele estava brincando e aprendendo, mas também propiciando que todos brincassem e aprendessem.
As aulas shows, iniciativas suas - quem foi sabe - foram as únicas vezes em que o curso de comunicação da Araguaia viu seu auditório lotado sem ter que trazer o Marcelo Dourado...
Tomo 3 - De cada disciplina
Tive a oportunidade de assistir as seguintes disciplinas do Minuzzi:
1. Redação Criativa - Já no primeiro período, quando decidi que queria mesmo fazer jornalismo, onde aprendi a rolar no chão, comer papel e fazer jogos e reverência para, na mesma potência das crianças, ser criativo!
2. Estrutura da Notícia - A redação jornalística começou aqui. Mas ela não começou pelo texto, por uma onde colocar a notícia... começou assim: Fomos para a rua, no Rally da Mulher, e a instrução no local quando perguntamos o que fazer para cobrir o evento, o professor disse: "Vai... vai...". Cada um liberou seu texto e depois descobriu-se uma estrutura para a notícia. Em mim, a "frase matadora" foi muito importante e tudo isso foi devidamente balizado nas aulas de jornalismo impresso com a professora Patrícia Drummond.
3. Comunicação e Responsabilidade Social - Uma disciplina optativa que me rendeu boas reflexões e o projeto "ConscientizaTron", que implantei na empresa onde trabalho gerando bons resultados com o público interno. Na época, estagiava. Depois disso, fui efetivado.
4. Métodos e Técnicas de Pesquisa em Comunicação - Sem enquadrar as técnicas de pesquisa, me lembro de aulas em que só se lia o texto em sala até certo ponto, quando todos estariam prestando a atenção, em nome da ciência. O conteúdo exposto foi absorvido. O não-exposto ficou no inconsciente e na busca de quem se interessou.
Tomo 4 - A ciência e as teorias da comunicação
O campo da comunicação é por vezes desvalorizado por ser novo e muito experimental. Contudo, aprendi que a ciência também exerce uma libido dominante que ideologicamente sufoca o conhecimento e inibe o aprendizado e a potência popular. A crise científica é geral e a comunicação, por assumir seu caráter experimental e novo sim, acaba por ser capaz de se adaptar ao novo. É o que quis entender da perspectiva do professor.
Tomo final
Este é um testemunho para validar que, dentre muito que aprendi com vários professores, o modo de aprender... eu aprendi com o professor Marcus Minuzzi. Durante as aulas, confesso, pouco apreendia. Se tivesse uma prova escrita na hora, erraria. Mas depois, ao aplicar os conhecimentos teóricos no trabalho de conclusão de curso, compreendi que o conteúdo instalado no inconsciente era muito mais eficiente do que a lista de teorias decoradas. Até hoje tenho breves sacadas e lembro de cada aula, que constituiu sempre uma nova descoberta, marcando meu caminho acadêmico. Fica a questão: ele é um Nietzsche (a frente de seu tempo)?
Agora um recado às IES: Quem tiver uma pós em que ele for professor, acaba de me convidar pra cursar, hehe.
Tomo 1 - Do caso
Veio doutor de Porto Alegre para Goiânia; Marcus é cientista da comunicação, professor na Faculdade Sul-Americana, poeta e artista do Coletivo de Arte "A Negra Ama Jesus"; casado, pai de três filhos. Atualmente, empreende na cultura gastronômica local junto à esposa Sílvia Goulart, com o restaurante Terra Santa.
O caso é que por onde passa o professor arrebanha adeptos e até mesmo fãs por conta de sua metodologia de ensino principalmente. Metodologia que tem pouca receptividade nas universidades, gerando atritos e acusações: ele é louco, não ensina, está só brincando ou dá medo.
Ele foi meu orientador e o autor que eu mais pesquisei enquanto produzia minha monografia, agora concluída.
Tomo 2 - Do Katira Shake e das aulas shows
Da versão norte-americana Harlem Shake, o professor criou o desafio antropofágico "Katira Shake" na Faculdade Araguaia, com alunos de diversos períodos e cursos. Ele estava brincando? Deixando de ensinar? Apesar do pouco que se pode entrever, que é um trabalho sobre miscigenação cultural afrontando a rede com o poder da identidade, a resposta para as duas questões é positiva. Assim como uma criança ele estava brincando e aprendendo, mas também propiciando que todos brincassem e aprendessem.
As aulas shows, iniciativas suas - quem foi sabe - foram as únicas vezes em que o curso de comunicação da Araguaia viu seu auditório lotado sem ter que trazer o Marcelo Dourado...
Tive a oportunidade de assistir as seguintes disciplinas do Minuzzi:
1. Redação Criativa - Já no primeiro período, quando decidi que queria mesmo fazer jornalismo, onde aprendi a rolar no chão, comer papel e fazer jogos e reverência para, na mesma potência das crianças, ser criativo!
2. Estrutura da Notícia - A redação jornalística começou aqui. Mas ela não começou pelo texto, por uma onde colocar a notícia... começou assim: Fomos para a rua, no Rally da Mulher, e a instrução no local quando perguntamos o que fazer para cobrir o evento, o professor disse: "Vai... vai...". Cada um liberou seu texto e depois descobriu-se uma estrutura para a notícia. Em mim, a "frase matadora" foi muito importante e tudo isso foi devidamente balizado nas aulas de jornalismo impresso com a professora Patrícia Drummond.
3. Comunicação e Responsabilidade Social - Uma disciplina optativa que me rendeu boas reflexões e o projeto "ConscientizaTron", que implantei na empresa onde trabalho gerando bons resultados com o público interno. Na época, estagiava. Depois disso, fui efetivado.
4. Métodos e Técnicas de Pesquisa em Comunicação - Sem enquadrar as técnicas de pesquisa, me lembro de aulas em que só se lia o texto em sala até certo ponto, quando todos estariam prestando a atenção, em nome da ciência. O conteúdo exposto foi absorvido. O não-exposto ficou no inconsciente e na busca de quem se interessou.
Tomo 4 - A ciência e as teorias da comunicação
O campo da comunicação é por vezes desvalorizado por ser novo e muito experimental. Contudo, aprendi que a ciência também exerce uma libido dominante que ideologicamente sufoca o conhecimento e inibe o aprendizado e a potência popular. A crise científica é geral e a comunicação, por assumir seu caráter experimental e novo sim, acaba por ser capaz de se adaptar ao novo. É o que quis entender da perspectiva do professor.
Tomo final
Este é um testemunho para validar que, dentre muito que aprendi com vários professores, o modo de aprender... eu aprendi com o professor Marcus Minuzzi. Durante as aulas, confesso, pouco apreendia. Se tivesse uma prova escrita na hora, erraria. Mas depois, ao aplicar os conhecimentos teóricos no trabalho de conclusão de curso, compreendi que o conteúdo instalado no inconsciente era muito mais eficiente do que a lista de teorias decoradas. Até hoje tenho breves sacadas e lembro de cada aula, que constituiu sempre uma nova descoberta, marcando meu caminho acadêmico. Fica a questão: ele é um Nietzsche (a frente de seu tempo)?
Agora um recado às IES: Quem tiver uma pós em que ele for professor, acaba de me convidar pra cursar, hehe.
Lokura Jão, me identifiquei muito com o Mestre Minuzzi, ele assim como eu, somos meio que marginalizados pelas atitudes fora do "padrão" social. Confesso que após conhecer a metodologia dele em sala de aula (a partir do 2º período - Cultura Brasileira) Consegui me adaptar melhor com a IES (Faculdade Araguaia)
ResponderExcluirIssaê Robert! Sacou bem 'as parada' também!
ExcluirExcelente leitura de um professor que instiga o que há de melhor em seus alunos: a curiosidade e a vontade de produzir novos conhecimentos, em vez de repetir o já perpetuado. Parabéns ao autor do texto e minha reverência ao doutor Minuzzi, que marcou para sempre a minha formação como jornalista e também como pessoa.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário parceira! Bom saber que há muitos em vários cantos que se identificam nessa reverência ao doutor ai... hehe.
ExcluirCaro amigo
ResponderExcluirHá quem acredite
que um bom professor,
ensina conteúdos
repedidos para provas.
Eu acredito
que um bom professor,
é aquele que permanece vivo,
quando precisamos de conteúdos
que inspirem a vida.
Obrigado por suas sempre
generosas palavras.
Que a alegria dance
em tua vida apaixonadamente.