COBERTURA DO XVI GOIÂNIA NOISE FESTIVAL
19 de novembro
Cobertura completa e postagem original na Agência de Notícias da Faculdade Araguaia.
Texto: João Damasio.
Edição: Vinícius Araújo.
Foto: Ambiente Skate Shop
A força do rock e do skate em Goiás como uma só tribo ficou mais que comprovada no último dia do 16º Goiânia Noise, 21 de novembro.
Diferente dos quatro dias de festival no Centro Cultural Martin Cererê, no domingo os shows de Radiocarbono (GO), Ultravespas (GO), WxCxM (GO) e Galinha Preta (DF) foram realizados no Ambiente Skate Shop, na Avenida T-30, no setor Bueno.
O espaço é bem reduzido se comparado aos outros dias, mas o público foi o mesmo, para as atrações que foram gratuitas, portanto, espaço lotado de gente bonita, bandas boas e skatistas profissionais e amadores.
“A Monstro Discos e o Ambiente Skate Shop são parceiros há muito tempo, pois sou amigo do Fabrício (de Nobre), daí vem a ideia de fazer parte do festival aqui. Todas as bandas que vão tocar hoje nos agradam muito”, comentou Daniel Atássio, proprietário da loja.
Radiocarbono
Radiocarbono se apresentou a um público mais específico com uma mistura de sons notável, tanto quanto seus trajes. Enquanto o vocalista vestia gola pólo com chapéu pequeno e óculos Ray-ban, o percussionista usava uma túnica quase africana e o baixista uma típica camisa preta de banda e calça jeans.
Os pais do vocalista da “Radiocarbono”, Eclesiastes e Lilian, assistiram pela primeira vez ao show da banda e como este havia se antecipado, só assistiram à última música. Lilian revela que não apoiava a carreira de músico do filho e transfere a “culpa” ao pai. “Ele gostava de rock também, mas não era esse rock de hoje não”, explica. Hoje, ambos assumem que gostam do trabalho do filho e apostam em sua carreira de sucesso.
Ultravespas
Já o show da Ultravespas foi marcado por um rock mais empolgado e gritado, menos dançante que o da banda anterior. O power trio com guitarra, baixo e bateria cantou seu refrão de sucesso acompanhado pelo público presente: “E isso deixa marcas em qualquer lugar”. E, realmente, eles deixaram sua marca.
WxCxM
“Let’s go, crazy people!”, convocou o vocalista da WCM, Slake. Tocaram músicas em português – aliás, como todas as quatro bandas que se apresentaram neste dia – que tratavam de destruição, violência, medo e caos, incluindo cover de Só pensa em matar da banda Ratos de Porão.
Slake fingiu que cantou, com a cerveja numa mão e olhares sem rumo. A estrutura do palco balançou até quase cair e as caixas de som quase tombaram tamanha fúria do público nas rodas punks formadas no pequeno espaço disponível.
Uma pausa para o Skate
Enquanto a banda “Galinha Preta” não chegava, houve um momento ocioso de quase uma hora, embora tenha sido muito bem aproveitado pelos skatistas que juntaram a maior galera em torno da pista. Vários skatistas, profissionais e amadores, e até crianças corriam e faziam manobras à vontade.
Extremamente aplaudido em suas performances, Reinaldo Soares (Punk) fazia manobras incrivelmente radicais e não se importava em cair quando não dava certo. Gerou muitos comentários como: “eu não acredito no que essa cara faz”.
Perguntado sobre sua performance, ele revela: “simplesmente ando de skate como eu gosto e não ligo para nada. O skate é feito para andar sobre as coisas e nós para a diversão”. Seus amigos de pista apostam nele como uma das maiores representatividades do skate goiano. Punk também é músico (toca trompete) e sócio da “Suvacos do Brasil”, uma produtora artística.
Cão: A terceira atração
Além das bandas e dos skatistas, uma terceira atração se consolidava e chamava atenção de todos: O “Chico”, um cão da raça golden retriever, grande e pacato que passeava por todo espaço e deixava-se acariciar e até pulava na hora do rock. “O Chico é meu cachorro e é parte da família Ambiente Skate Shop”, explica um funcionário da loja.
Enfim, os atrasadinhos
A banda mais esperada do Goiânia Noise neste dia, Galinha Preta (DF), se atrasou quase uma hora, mas explicou no início do show: “Nós viemos de Brasília, e sabem como é, na estrada lotada de domingo, acidentes, corpos jogados, e tudo atrasa”.
O show contou com muito dinamismo e, este sim, atraiu todo mundo que estava na rua, dentro da loja e até os skatistas que não saiam da pista na hora do show. Frango Kaos, vocalista da banda não se importou em usar muita distorção no microfone e fez teatro com diálogos de suas músicas simples e super rápidas – nenhuma passava de dois minutos e meio. Hardcore de primeira.
A chuva
Ela veio. O público não se importava em continuar, mas o show foi encerrado às pressas para conservar os equipamentos de áudio. O vocalista da “Galinha Preta” pediu desculpas.
Confesso que me assusto com a necessidade de ser especial de algumas pessoas e bandas em especial. Abusam de uma mistura inclassificável e adotam posturas radicais com o pretexto de serem únicos. Na verdade se transformam em produtos e acabam não sendo ninguém em especial.
ResponderExcluirAdenevaldo, respeito sua opinião, mas discordo.
ResponderExcluirCada um é especial naquilo que faz! Se não fosse os "ninguém em especial" que empolgam platéias, não teria me divertido tanto e me sentido, também, especial por poder documentar este dia para a Agência de Notícias da Faculdade Araguaia.
Ninguém precisa ser mais especial que o outro. Somente, especial. Para si mesmos e para os que lhes são afins.